A meliponicultura — criação de abelhas nativas sem ferrão — ganha cada vez mais espaço em Rio Preto da Eva. Um treinamento prático voltado para o manejo dessas espécies foi realizado no Sítio Ebenézer, na comunidade do Paraíba, reunindo produtores rurais interessados em diversificar suas atividades.
A iniciativa, coordenada por técnicos do IDAM, em parceria com a Secretaria Municipal de Produção Rural e Abastecimento, contou com o apoio da Prefeitura de Rio Preto da Eva. O objetivo foi fortalecer a atividade no município, ampliando conhecimentos sobre boas práticas de manejo, produção de mel e derivados.
Durante o encontro, os participantes puderam conhecer de perto a Unidade Demonstrativa de Abelhas Nativas, implantada pelo Governo do Amazonas em 2023, também na comunidade do Paraíba. O espaço abriga seis espécies adaptadas ao clima e à flora da região e funciona como um verdadeiro laboratório comunitário, auxiliando produtores que desejam iniciar ou aprimorar a criação de abelhas sem ferrão.
Valter Gonçalves, proprietário do Sítio Ebenézer, destacou a relevância do projeto. “A atividade oferece mais segurança econômica, não apenas com o mel, mas também com produtos de alto valor agregado, como pólen, própolis e extratos derivados.”
Segundo Wynn Di Ponzio, técnico do IDAM e coordenador do Projeto Prioritário de Agroecologia, iniciativas como essa consolidam o município como referência na área. “Com cerca de 200 colônias manejadas, Rio Preto da Eva já desponta como um dos maiores potenciais produtores de própolis do Amazonas.”
Entre as espécies em destaque está a Frieseomelitta longipes, popularmente conhecida como Moça Branca, considerada uma das mais adaptadas às condições locais. A expansão do manejo dessas abelhas sem ferrão promete gerar renda, preservar o meio ambiente e valorizar o trabalho da agricultura familiar.
Por Uédio Leite
Fotos Lucinei Filho
